Fazenda de Cliques: O que São e Como Funcionam?
O aumento das fraudes na internet é um fenômeno preocupante, e entre as práticas fraudulentas que mais têm crescido estão as fazendas de cliques, que manipulam dados de forma massiva. Se o termo “fazenda de cliques” já é familiar para você, talvez se lembre de um caso de grande repercussão em 2022, quando a Meta, dona do Facebook e Instagram, processou duas empresas brasileiras envolvidas nesse tipo de operação.
Nos últimos anos, a fraude nas redes sociais tem se intensificado, e as fazendas de cliques desempenham um papel crucial nesse cenário. Elas remuneram usuários para gerar cliques e interações em redes sociais, contribuindo para a desinformação e precarizando a mão de obra. As consequências desse tipo de atividade são inúmeras e preocupam especialistas e usuários. Para entender melhor o que são essas fazendas, como funcionam e como se proteger, continue lendo.
O que São Fazendas de Cliques?
Fazendas de cliques são operações fraudulentas que geram visualizações e curtidas de maneira artificial. Elas podem vender qualquer tipo de interação, como curtidas no Twitter ou compartilhamentos no Facebook, manipulando assim a percepção pública.
Essas fazendas funcionam como locais onde se compram seguidores e curtidas em redes sociais. Empresas e indivíduos podem adquirir milhares de interações por preços acessíveis, o que as torna atraentes para quem deseja inflar artificialmente sua popularidade. Além disso, elas podem ser usadas para influenciar a política, promovendo discursos enganosos ou diminuindo a visibilidade de opiniões contrárias. Até 2020, uma das práticas comuns envolvia pagar pessoas para dar dislike em vídeos do YouTube.
Como Funciona uma Click Farm?
As fazendas de cliques operam reunindo dezenas de smartphones, que funcionam de forma quase autônoma para interagir com páginas e aplicativos usando diferentes perfis. O objetivo é melhorar artificialmente a popularidade de um conteúdo, fazendo com que ele seja mais amplamente visto.
Os trabalhadores dessas fazendas, muitas vezes, criam contas falsas para realizar essas ações de forma automatizada, utilizando bots — programas de computador projetados para imitar o comportamento humano nas redes sociais. O resultado é a proliferação de perfis falsos que interagem mecanicamente.
Essas fazendas são parasitas digitais, pois dependem da infraestrutura das plataformas de redes sociais para operar. Apesar dos bots serem amplamente usados, as fazendas de cliques humanas, com trabalhadores reais, têm a vantagem de replicar melhor as interações humanas, tornando mais difícil a detecção das fraudes.
Quem Participa e Como Elas Operam?
O perfil dos trabalhadores das fazendas de cliques é geralmente de mulheres com histórico de trabalho informal. No Brasil, esse tipo de operação tem crescido, onde empresas conhecidas como plataformas de cliques vendem pacotes de “engajamento” para clientes que podem ser políticos, influenciadores ou empresários. Celebridades e políticos usam essas fazendas para enganar os algoritmos das plataformas.
Os trabalhadores dessas fazendas ganham, em média, um dólar por mil curtidas ou por seguir mil perfis no Twitter. Embora os valores pagos sejam baixos, essa atividade se torna atraente em regiões onde as oportunidades econômicas são escassas.
As fazendas de cliques geralmente estão localizadas em países em desenvolvimento, como China, Índia, Egito e Bangladesh. Nesses lugares, a combinação de salários baixos e a possibilidade de lucrar com grandes volumes de cliques torna essa atividade rentável.
Como Detectar e Evitar Fraudes de Click Farm?
Para se proteger contra essas fraudes, é essencial monitorar e bloquear endereços IP suspeitos, que possam estar ligados a fazendas de cliques. É possível também entrar em contato diretamente com essas fazendas para pedir que parem de clicar em seus anúncios.
Detectar esses sinais sutis de fraude é fundamental para proteger a integridade das interações nas redes sociais. No entanto, a falta de consciência sobre o problema limita as soluções disponíveis para rastrear e prevenir essas práticas.
Reflexo de Problemas Socioeconômicos
O crescimento das fazendas de cliques é também um reflexo de problemas socioeconômicos. Em regiões onde o desemprego é elevado e as oportunidades são limitadas, ganhar até um dólar por hora em atividades fraudulentas pode parecer atraente. Esse cenário torna a fraude uma estratégia de sobrevivência para muitos, enquanto os custos para os fraudadores permanecem baixos, garantindo que essa atividade continue sendo lucrativa.