Em uma decisão inesperada, o X, anteriormente conhecido como Twitter, encerrou suas operações no Brasil, demitindo toda a equipe local, composta por cerca de 40 funcionários. A decisão foi comunicada durante uma reunião de emergência na manhã deste sábado, 17 de agosto.
Poucas informações foram fornecidas aos colaboradores, mas entende-se que a saída da empresa do mercado brasileiro está relacionada a divergências com decisões judiciais recentes, que incluem a remoção de perfis e publicações, além da entrega de dados dos usuários à Justiça.
A conta oficial de relações governamentais do X confirmou o encerramento das atividades no Brasil e criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), chamando suas ações de “censura”. Em nota, a empresa afirmou: “Estamos profundamente tristes por termos sido forçados a tomar essa decisão. A responsabilidade é exclusivamente de Alexandre de Moraes. Suas ações são incompatíveis com um governo democrático.”
Embora a operação tenha sido encerrada, o aplicativo X continuará acessível no país. No entanto, a segurança da equipe foi citada como um dos principais motivos para a decisão abrupta, e a comunicação foi tão inesperada que muitos funcionários ainda não foram informados sobre a demissão, já que o encontro foi marcado durante o final de semana.
Os acessos aos sistemas da empresa já foram bloqueados, e os funcionários ainda aguardam informações sobre possíveis pacotes de desligamento, como a compensação referente às ações que possuíam da empresa quando esta ainda era negociada na bolsa.
o encerramento do escritório do X no Brasil não significa necessariamente que o acesso ao serviço será bloqueado no país.
Embora a decisão de Elon Musk de fechar a operação no Brasil tenha gerado preocupação, o funcionamento técnico da plataforma não depende exclusivamente de um escritório local.
Um ponto crucial a ser destacado é que o encerramento do escritório do X no Brasil não significa necessariamente que o acesso ao serviço será bloqueado no país. Embora a decisão de Elon Musk de fechar a operação no Brasil tenha gerado preocupação, o funcionamento técnico da plataforma não depende exclusivamente de um escritório local. A estrutura do X é sustentada por uma rede de distribuição de conteúdo global, conhecida como Content Delivery Network (CDN), que opera através de inúmeros data-centers espalhados pelo mundo.
Para ilustrar, outras plataformas como Odysee, Signal, Discord e Kwai também não possuem escritórios no Brasil, mas continuam a ser amplamente utilizadas por brasileiros. Essas empresas conseguem operar no país sem uma presença física, focando suas operações em servidores globais que garantem o acesso de qualquer localidade.
No entanto, a saída do X do Brasil levanta a possibilidade de que o serviço possa seguir um caminho semelhante ao do Rumble, que optou por bloquear o acesso de IPs brasileiros. Embora essa seja uma preocupação válida, ainda não é uma certeza. Será necessário acompanhar os próximos movimentos de Musk para entender se ele adotará medidas mais drásticas em relação ao mercado brasileiro.
O impacto da saída do escritório brasileiro vai além das questões técnicas; ele também influencia a dinâmica dos debates e discussões na plataforma. Para aqueles que, como nós do #consertandoainternet, se afastaram do X por conta do intenso teor político, a mudança pode trazer curiosidade sobre o futuro da rede. Talvez, com o escritório brasileiro fora de cena, o conteúdo político possa se tornar menos dominante. No entanto, dado o contexto que levou ao fechamento da operação, é improvável que essa mudança ocorra de forma significativa. Ainda assim, resta esperar para ver como essa situação se desenrolará.